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O futuro de 11.000 oficinas suspenso

Um novo confinamento pode significar o encerramento de milhares de pequenas oficinas autónomas. O alerta vem do país vizinho.
03 Nov. 2020
O futuro de 11.000 oficinas suspenso
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As novas restrições à mobilidade impostas em quase todo o país para conter a curva de contágio podem ser o golpe final para milhares de oficinas mecânicas. Foi o que reconheceu José Manuel Rodríguez-Carretero, membro do conselho de administração da Associação Nacional dos Comerciantes de Automóveis, Reparações e Peças Sobressalentes (Ganvam) de Espanha, em artigo publicado pelo meio digital autonomosyemprendedor.es. Segundo...
As novas restrições à mobilidade impostas em quase todo o país para conter a curva de contágio podem ser o golpe final para milhares de oficinas mecânicas. Foi o que reconheceu José Manuel Rodríguez-Carretero, membro do conselho de administração da Associação Nacional dos Comerciantes de Automóveis, Reparações e Peças Sobressalentes (Ganvam) de Espanha, em artigo publicado pelo meio digital autonomosyemprendedor.es.

Segundo Rodríguez-Carretero, "até ao momento houve poucos encerramentos porque os autónomos conseguiram, com muito esforço, avançar e superar o primeiro confinamento", embora se assuma que se as restrições se intensificarem e voltarmos a um novo confinamento, "mais de 25% destes freelancers serão obrigados a encerrar os seus negócios sem possibilidade de reabertura".

Muitas destas oficinas conseguiram recuperar timidamente da primeira vaga graças, em grande parte, ao aumento do volume de negócios" durante os meses de junho e julho, que lhes permitiu remontar em certa medida a sua atividade", acrescenta.

Garantir a mobilidade

Neste contexto de incerteza, a Ganvam pediu ao Governo para não restringir a mobilidade dos cidadãos às oficinas. E é que, como lembra Rodríguez-Carretero, "há muita gente que não vai aos nossos negócios por medo ou incerteza sobre a situação, por isso se continuarem a apertar as medidas e a mobilidade enquanto nos obrigam a permanecer abertos, seremos deixados a zero até o ano terminar."

Apesar dos bons dados coletados durante os meses de verão, o setor de pós-venda pode cair este ano entre 15 e 20%, segundo diferentes associações e consultoras, valor que pode aumentar se se intensificarem as medidas de controle da mobilidade até o final do ano. Como consequência dessa realidade, a entidade considera que "se a situação continuar como está, muitas oficinas só sobreviverão ao mês de novembro”. Algo que pode afetar cerca de 11 mil oficinas geridas por freelancers, segundo cálculos da Ganvam.

Mais oficinas ilegais?

Para o porta-voz da Ganvam, "as ERTEs correm o risco de se tornarem ERE”, pois "em outubro houve uma queda generalizada em todo o setor. Algo que vai piorando com o passar dos meses e estes freelancers já não possam resistir mais economicamente." Lembremos que estes freelancers têm mantido o seu negócio mesmo quando o volume de negócios caiu mais de 95%, pelo que a sua musculatura financeira está muito fraca.

Se essa crise levar a uma onda de despedimentos, a Ganvam alerta para as consequências de um possível aumento da economia clandestina. "As pessoas que podem ser despedidas são os mecânicos que, longe de montarem o seu próprio negócio, vão começar a trabalhar de forma irregular. Isso será crucial para o nosso setor, pois dificultaria muito a sobrevivência”.
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