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Os carros auto-conduzidos não são tão verdes como pensávamos

22 Fev. 2023
Os carros auto-conduzidos não são tão verdes como pensávamos
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Um aviso vem da investigação realizada pelo MIT em Boston: a energia necessária para operar uma frota global de automóveis com autocondução poderia gerar a mesma quantidade de emissões de gases com efeito de estufa que todos os centros de dados do mundo juntosSe toda a frota global de automóveis vier a ser do tipo auto-condução, os computadores que os alimentam irão gerar a mesma quantidade de emissões de gases com efeito de estufa que...
Um aviso vem da investigação realizada pelo MIT em Boston: a energia necessária para operar uma frota global de automóveis com autocondução poderia gerar a mesma quantidade de emissões de gases com efeito de estufa que todos os centros de dados do mundo juntos
Se toda a frota global de automóveis vier a ser do tipo auto-condução, os computadores que os alimentam irão gerar a mesma quantidade de emissões de gases com efeito de estufa que todos os centros de dados do mundo juntos.

Isto deve-se à crescente potência computacional requerida pelos automóveis com autocondução, com o consequente aumento das necessidades energéticas dos sistemas de bordo utilizados para gerir algoritmos sofisticados, sensores e câmaras integradas para navegar em segurança através do tráfego.

Para estudar o impacto deste crescimento, investigadores do MIT, Instituto de Tecnologia de Massachusetts em Boston, construíram um modelo estatístico para determinar as emissões que seriam geradas pelos computadores a bordo de uma frota de veículos totalmente eléctricos e com autocondução, se os carros sem condutor começassem a ser utilizados a nível mundial. A investigação, publicada no final de Janeiro, baseia-se num modelo estatístico que calculou a energia que uma frota de mil milhões de veículos eléctricos auto-condutores consumirá se cada veículo for conduzido apenas uma hora por dia (com um computador a consumir cerca de 840 watts). Isto seria equivalente a aproximadamente a mesma quantidade de energia utilizada actualmente pela Argentina ou 0,3% das emissões globais de gases com efeito de estufa.

Embora se trate apenas de estimativas, os investigadores do MIT pretendem sensibilizar a indústria automóvel para o facto de que a eficiência das TI, e não apenas a eficiência energética, deve também ser uma prioridade.

Para evitar estas emissões muito elevadas, cada veículo deve utilizar menos de 1,2 kW de potência para computação. Isto significa que a eficiência do hardware teria de duplicar todos os anos até 2050, uma taxa que é considerada demasiado elevada e insustentável, em comparação com a actual. Mesmo que fosse possível, não seria viável, dado que a vida útil dos veículos é de pelo menos 10 anos, fazer qualquer actualização futura do hardware seria extremamente ineficiente. O dilema é se se deve tornar os algoritmos mais eficientes de modo a exigirem menos potência computacional em troca de precisão, o que poderia afectar potencialmente a segurança dos veículos.

Num mercado cujo valor, segundo as estatísticas, atingirá 76 mil milhões de dólares em 2027, sabendo hoje quais serão os problemas daqui a 20 anos, ajudar-nos-á a conceber desde o início veículos mais eficientes de autocondução.
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